Este poema nunca fez tanto sentido como agora. Numa altura em que toda a minha vida está suspensa. À espera de luz verde para prosseguir a minha carreira profissional noutro país.A minha serenidade é apenas aparente,a ansiedade invade-me, a impaciência instala-se.Vou adiando coisas, o medo de sair à rua aumenta....não vá o amor ( o tal ) espreitar ao dobrar de uma qualquer esquina e eu ter que lhe virar as costas! Já não basta TUDO o resto!Como é que se vive assim?
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
António Ramos Rosa
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