domingo, 16 de setembro de 2007

sozinha


Passou um fim de semana de reclusa, tipo condenada à morte, presa dentro do seu próprio corpo. A felicidade dos outros incomodava-a, os casais de namorados aos beijinhos irritava-a e ela foi-se deixando ficar.Fechada em si ela sofria, não ousava pedir ajuda pois ninguém perceberia a angústia e amargura extrema a que chegara. Pela primeira vez perguntou-se se valeria a pena continuar o suplício, a tristeza não tinha fim, dia após dia voltava para um casa vazia,dia após dia adormecia sozinha, dia após dia faltava-lhe um sorriso ao acordar. Pela primeira vez perguntou-se se não seria melhor ser infeliz mas não estando só. Pela primeira vez achou que se podia contentar com meia felicidade, meia alegria, meia qualquer coisa seria melhor que nada de tudo. Pela primeira vez apeteceu-lhe desistir,entregar-se ao primeiro homem que a quisesse negando-se a si própria algo mais que o simples prazer carnal,durante alguns segundos seria feliz e sentir-se-ía viva.