domingo, 4 de novembro de 2007

a matemática

Uma das grandes frustações da minha vida ( devo ter mais apesar de não estar bem a ver o quê ) é ter desistido da Matemática muito cedo. Gosto de pensar que ela desistiu primeiro de mim, mas para que continur a iludir-me? Fui eu , que perante a problemática da coisa resolvi colocá-la de lado sem lutar, sem resistir, sem pedir ajuda.
Eu devia estar no 2º ano do ciclo (hoje 6º) e ter tido um mau professor , já que era muito boa aluna a tudo o resto, não negando – no entanto – a tendência para as letras, humanísticas como se dizia.
Entretanto entrei na faculdade e tive que fazer cadeiras de matemática , cálculo e estatística sem quaisquer bases , o que dificultou um bocado a coisa. Foi aí que aprendi a gostar de matemática e a achar que aquilo na realidade, faz mesmo sentido e é mesmo bonito. (sem ironia )
O meu sobrinho tem 12 e hoje calhou-me ajudá-lo a fazer os trabalhos de casa de matemática. Perante o seu desabafo de que não percebia nada da matéria, que o professor explicava mal e que não gostava de matemática, a minha frustração assolapada manifestou-se. Apanhou um discurso de 10 minutos em como a matemática é importante, em como não gostámos daquilo a que temos dificuldade ( no 5º e 6º ele adorava matemática e tinha boas notas ...), e às tantas comprometi-me a estudar matemática com ele. Vou resolver a minha frustração e ao mesmo tempo – e isto é que é verdadeiramente sábio – devolver-lhe o gosto pela disciplina que tem a fama de ser difícil.
Os exercícios de hoje eram expressões com “n”ou “x”,sendo “n” e “x” números dados, bastava substituí-lo na expressão , simplificar e apresentar os resultados. Ele não sabia fazer isto - mas que raio de professor tem ele? Não quero acreditar que a culpa seja apenas dos alunos. Não o é, certamente.

10 comentários:

  1. Infelizmente, esta é 1 realidade bastante comum...No meu caso, tudo começou com as equações, e depois com os sinais que depois se davam aos membros. Tinha vergonha de expor as minhas dúvidas, e depois da campainha tocar, os professores tinham sempre pressa em refugiar-se na sua sala... Uma duvida tão simples, mas que me acompanhou até ao 8ºano. Depois, lá tive explicações, e lá consegui apanhar o fio há meada, acabando por gostar de matemática.

    Concordo contigo...a dificuldade passa pelo professor: ou porque não tem disponibilidade depois das aulas para esclarecer dúvidas, ou porque é mau professor, ou só está interessado em deitar matéria...

    Rostos do nosso ensino...

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  2. Curioso, este teu desabafo. Fez-me lembrar a minha própria experiência. Tive maus professores de matemática no 7º, 8º e 9º ano: um ex-capitão e um ex-coronel do exército que nunca deviam ter deixado de o ser... Isto condenou imediatamente o meu sucesso futuro na disciplina. Mais tarde, tive hipótese de compensar estudando Estatística e Econometria durante a licenciatura, mestrado e doutoramento. Mas a falta de bases na Matemática exigiu de mim um esforço demasiado grande, para o que em condições normais teria sido, hoje reconheço-o, um prazer de estudar. Por isso, continua a insistir com o teu sobrinho!

    A música lembra-me que tenho de mudar o meu tema da semana. Vou ali e já volto ;-)

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  3. discordo da opiniao da Mac, duvido que a maioria se esteja a marimbar para o sucesso dos seus alunos. Há, no entanto, uma linha muito tenue a jogar entre o autoritatismo necessario para manter o bom comportamento da turma, e a afabilidade necessaria para o aluno nao ter medo de ir tirar duvidas no final da aula.

    E depois, há gajos com sorte de ter uma tia que os ajuda... :P

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  4. Se bem me lembro, também foi por essa idade que deixei de gostar de Matemática... uma das minhas frustrações, sem dúvida!


    Boa semana! :)

    Bjs

    deep

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  5. A culpa, como diz o outro senhor, é da vontade...

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  6. Olá menina

    Estás bem?

    Infelizmente (e falo por experiencia) o mau desempenho a mat pode ser por desinteresse do aluno, do mau professor, das matérias desajustadas à realidade, ao "papão" que sempre se rotolou a dita,... Motivos não faltam para odiar ou mal amar uma "coisa" tão linda e tão fácil. Felizmente sempre foi bom aluno a mat e, em grande parte, por ter tido excelentes professores que além de dominarem mt bem a matéria tinham gosto em ensinar e nos mostravam a grande simplicidade dela. Espero conseguir "passar adiante" os bons ensinamentos que tive. Os meus alunos são os melhores juizes e acho que não tenho sido nada mal sucedido.
    Para terminar ofereço-te a minha ajuda se quiseres relembrar ou aprender um pouco desta ciencia tão nobre e apaixonante.

    Beijinhos
    Artur

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  7. Artur,
    sim, estou.a nossa conversa fez-me relembrar coisas passadas mas já passou.adiante.

    tenho que ir fazer uma sondagem à porta da sala de aulas :) eu peço, dp como forma de pagamento convido-te para almoçar lol, não há almoços grátis não é verdade?
    beijo*

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  8. Meleiro...nunca me hei-de esquecer. É o nome do professor que assassinou o meu gosto pela matemática.

    Mas como em tudo na vida, há maus e bons profissionais.

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  9. Acabei de descobrir o seu blogue. Acho-o bastante interessante e este artigo, em particular, muito positivo.
    Na minha opinião, a Matemática é bela mas não por ser fácil, mas por ser um desafio constante ao nosso raciocínio lógico.
    Já agora, se o seu sobrinho quiser, poderá visitar o meu site de Matemática: http://matematica.over-blog.com.

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  10. Excelente post.
    É de facto pena tanta gente se perder para a Matemática tão cedo na vida, e quase por razão nenhuma.
    Faz muito bem em não deixar o seu sobrinho desistir!

    O problema pode de facto vir de alguns professores menos preparados ou com menos paciência para os seus alunos. Mas vem sobretudo de certas correntes pedagógicas "pseudo-intelectuais" que têm monopolizado o Ministério da Educação nas últimas décadas. Por acção destes "especialistas" em educação com lugar cativo no Ministério (e que muito pouco sabem de Matemática propriamente dita), a aprendizagem dos nossos alunos tem-se degradado consideravelmente.

    Há que resistir!
    Um abraço do Filipe

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