terça-feira, 2 de junho de 2009

hoje fazes anos

Hoje fazes anos, para festejar fui arranjar o cabelo, fazer uma massagem relaxante de 50 minutos pelo corpo todo e de seguida fui jantar com um amigo. Falámos mal de ti durante 2 minutos e 30 segundos e de seguida chorámos a rir como só nós o sabemos fazer, com a vida, a sorte , o azar , o destino e as merdas sem importância.

Há 2 meses atrás eu era a mulher da tua vida, com a qual te imaginavas a viver, ter filhos e envelhecer. Hoje pensei o gordo que vais ser agarrado ao cadeirão para um, vibratório q.b., com o comando numa mão, o portátil na outra, vendo séries descarregadas da internet nessa mesma noite e a pensar desesperadamente o que escreveres nos inúmeros sites em que publicas, falhando por completo a vida que corre lá fora como o mar e os passeios junto à praia tão perto de tua casa.

Hoje fazes anos e eu, depois de passada a desilusão, depois de superada a aposta e o investimento em mais um cavalo que fica em segundo, estou feliz e aliviada. Consegui enviar-te um e-mail a desejar-te feliz aniversário, consegui ser indiferente e imune e continuo a pensar que estou muito melhor sem ti.

5 comentários:

  1. Este é o mais difícil dos exercícios, mas o mais definitivo. É aquele que determina um rumo e um reganhar de um espaço de identidade. É aquele que muitas pessoas gostariam efectivamente de poder sentir com a calma e a descontração daquilo que passa de vida a histórias. :)

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  2. Será?
    Esta coisa de ter a última palavra a dizer soa a, como dizer, sacudir fantasmas. Lamento profundamente (porque já passei por isso) esse sentimento de ter que acertar contas.
    Acredita, estou solidário contigo, pelas insónias, pelos pensamentos horriveis.
    Meu deus, como estou solidário contigo, como me identifico contigo...

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  3. :o)
    ...xiça, arre burro chapéu de coco.
    Não te queria como "adversária" :)))))

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  4. Estas palavras fazem-me lembrar a caracteristica "pendular" dos estados de alma feridos, quando se oscila entre o que se quiz e não se teve e a abnegação do que se tem e não se deu, e fica-se assim, preso num limbo de ilusões e serenidades falsas, entre parecer ser-se quente no sangue e ser-se simplesmente gélido na alma, preso na necessidade imperativa e sem outra escolha de ter que abdicar, camuflar assim o que é a vida com outro nome qualquer mais fácil de suportar e justificar, e saborear intimamente o amargo sabor do que é ter que avançar.
    Bjs
    F

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