quinta-feira, 24 de agosto de 2006

o maluco do shopping

O esquizofrénico do centro comercial daquela cidade ,onde ela ía ao cabeleireiro,era um homem igual a tantos outros mas coitado era tolinho – dizia a cabeleireira à cliente - sabe, a mulher deixou-o ficar e ele nunca mais foi o mesmo.

O cabelo continua a ser cortado,esticado,puxado, e as histórias do pobre es-qui-zo-fré-ni-co continuam – assumindo a cabeleireira ar de entendida e de pessoa informada desfia as (des)venturas do homem que manda bocas mal cheirosas ou de mau gosto ás empregadas das lojas – o teu marido casou por interesse,eu é que gosto de ti,deixa-o ficar – ou então – és muito brava,o teu marido não te amacia eu faço-te isso,ponho-te meiga.

Isto enquanto o cabelo é esticado,puxado,enrolado e o esquizofrénico passeia com um cigarro na mão pra trás prá frente pra trás pra frente e mais uma vez e mais outra.

Agora querem-no internar, mandá-lo para um manicómio antes que faça mal a alguém num dos diversos ataques de fúria onde frequentemente destroi bocados do condomínio – comum pois claro. Que isto de sofrer de esquizofrenia era bem melhor se fosse dentro de casa ou então dentro de um colete de forças e dentro de um quarto escuro dois por três.

E lá vão as madames ao cabeleireiro aperaltarem-se no dia que tiverem de ir testemunhar perante o Sr.DrºJuíz , no dia em que iniciarão o processo de exclusão do maluquinho do shopping , para que aquela figura de cigarro na mão de trás pra frente e de frente para trás deixe de lhes aparecer à frente.

A sociedade influenciando o indíviduo e fazendo-o fugir .....cada vez mais para dentro. De si mesmo.

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