terça-feira, 29 de agosto de 2006

o quê e porquê

As escolhas musicais do David (Fonseca) deste Verão e porquê a escolha :

Arcade Fire - Cold Wind

Um daqueles temas que consigo ouvir em repeat durante uma hora,óptimo para andar pela cidade

Beth Orton - Conceived

A música que me apresentou ao Verão,aliciante

Gnarls Barkley - Crazy

A música que devia inundar as pistas de dança.

Gomez - See the world

Para acordar e abrir as janelas todas da casa enquanto se cerra os olhos com a intensidade da luz

Fiona Apple - Please please please

Ideal para dançar na rua,potenciando a capacidade humana de fazer figuras estranhas, o que no Verão é desculpável e aceitável.

Ryan Adams - Come pick me up

Porque é absurdamente bonita 

 

E não é que ele tem razão ?

 Fonte : Visão nr.701

http://www.davidfonseca.com/

 

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

opá

Se quisesse passar o dia a ver bocas alheias, dentes com cárie cobertos com massas pretas e línguas feias tinha ido para dentista !!! Além do mais era paga para o fazer.

Este desabafo deve-se ao facto de trabalhar em "open space" e ter como companheira da frente uma gaijita que passa o dia a abrir a boca para bocejar ,fazendo os barulhos correspondentes nas suas mais variadas formas ,ainda que a distância não me permita cheirar o mau hálito que se adivinha  - isto chama-se mal educação ou não ?!

Os meus olhares reprovadores não surtiram qualquer efeito e agora que fazer? Furo-lhe os pneus ao carro?

Não é fácil trabalhar em open-space não senhor. A minha assertividade é constantemente posta à prova .

Conselhos?!

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

o maluco do shopping

O esquizofrénico do centro comercial daquela cidade ,onde ela ía ao cabeleireiro,era um homem igual a tantos outros mas coitado era tolinho – dizia a cabeleireira à cliente - sabe, a mulher deixou-o ficar e ele nunca mais foi o mesmo.

O cabelo continua a ser cortado,esticado,puxado, e as histórias do pobre es-qui-zo-fré-ni-co continuam – assumindo a cabeleireira ar de entendida e de pessoa informada desfia as (des)venturas do homem que manda bocas mal cheirosas ou de mau gosto ás empregadas das lojas – o teu marido casou por interesse,eu é que gosto de ti,deixa-o ficar – ou então – és muito brava,o teu marido não te amacia eu faço-te isso,ponho-te meiga.

Isto enquanto o cabelo é esticado,puxado,enrolado e o esquizofrénico passeia com um cigarro na mão pra trás prá frente pra trás pra frente e mais uma vez e mais outra.

Agora querem-no internar, mandá-lo para um manicómio antes que faça mal a alguém num dos diversos ataques de fúria onde frequentemente destroi bocados do condomínio – comum pois claro. Que isto de sofrer de esquizofrenia era bem melhor se fosse dentro de casa ou então dentro de um colete de forças e dentro de um quarto escuro dois por três.

E lá vão as madames ao cabeleireiro aperaltarem-se no dia que tiverem de ir testemunhar perante o Sr.DrºJuíz , no dia em que iniciarão o processo de exclusão do maluquinho do shopping , para que aquela figura de cigarro na mão de trás pra frente e de frente para trás deixe de lhes aparecer à frente.

A sociedade influenciando o indíviduo e fazendo-o fugir .....cada vez mais para dentro. De si mesmo.

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

mudar

 

Há dias em que acordo com vontade de mudar. Sou evadida por uma energia fora do normal e apetece-me ou mudar de penteado ou mudar a mobília toda de sítio ou arrumar o guarda-fatos . Ou então maluqueiras do genêro fazer listas de toda a música,filmes e livros que possuo - tarefa que fica sempre na intenção ou na iniciação.

Há dias em que me apetece mudar. Mudar-me.Tornar-me outra pessoa. Assumir uma identidade diferente. Desafiar-me. Surpreender-me.

Hoje apeteceu-me ter menos dez anos, voltar atrás no tempo e re-escrever a minha vida. Quando acordo assim apetece-me mudar. Hoje deu-me para isso.

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

adeus

         

Essencialmente nas datas festivas e nas férias grandes, a família apanhava o comboio da linha do Douro e aguardava impacientemente a chegada à estação da Ermida. A primeira vez que andei de taxi foi precisamente esse  que me levava da estação à casa da minha avó. A minha avó esperava á porta, como sempre vestida de preto. Nunca vi a minha avó vestida de outra cor já que o luto começou ainda eu não era nascida.

Ao longo dos anos fui-me habituando ao desaparecimento dos "potes ao lume" onde havia sempre sopa a fazer ou água a ferver para o banho ,fui-me habituando ao desaparecimento do forno enorme na cozinha usado para cozer o pão ou para assar o anho  , fui-me habituando ao desaparecimento de tantas memórias e recordações.

Hoje guardo no meu coração in a special spot o sorriso que a minha avó me atirava quando me vía saltar do taxi sempre que chegava.

 

20-Maio-1920

13-Agosto-2006

 

Adoro-te Avó Isaura. Lembrar-me-ei de ti a cada pôr-do-sol.

terça-feira, 1 de agosto de 2006