quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

montanha acima

E foi assim que passei um excelente dia...montanha acima...( ou a descer se formos de costas lol)...Foram "apenas" 14 Kms, escusado será dizer que no dia seguinte tive que repreender a andar já que os gêmeos do "je" não estavam a funcionar bem :p...

Ar puro, natureza, pés molhados,excelente companhia,nariz a pingar,calças arregaçadas...

Ir à montanha torna-se um hábito, um vício.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

escolha

E se de repente tivessem que escolher uma música apenas.

" A " música da vossa vida.

Qual seria ?

domingo, 26 de novembro de 2006

Mário Cesariny 1923-2006

"Gostava de ter daquelas mortes boas, em que uma pessoa se deita para dormir e nunca mais acorda".

Cesariny (Autografia)



Deixo ficar um dos meus poemas favoritos " Pastelaria" declamado pelo próprio.. Nada mais me apraz dizer e não ser que o dia começou triste .

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Curiosidade ou a arte de imaginar

Confesso desde já.  Imagino rostos, vozes, corpos,pessoas interessantes.

Conheço-os.

Imagino a que cheiram,como se vestem,de que cor têem os olhos,como cruzam as pernas, se tomam café ou chã,se acordam bem dispostas,que músicas ouvem.

Sinto essas pessoas a acordar, a escreverem histórias com palavras para que eu as leia....logo que possa. 

Sorrio quando os vejo passar por mim, no anonimato tão familiar.

Desejo tirar-lhes o véu, hesito com o receio que o encanto se quebre,que a ilusão e fantasia desapareçam e que nada seja como dantes.

Até um dia em que nada haverá a perder ou então que já não aguente mais. A curiosidade.

quinta-feira, 2 de novembro de 2006

o eterno retorno

E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse:
- Esta vida, assim como tua vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes; e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indizivelmente pequeno e de grande em tua vida há te de retornar, e tudo na mesma ordem de seqüência... A eterna
ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela,
poeirinha da poeira!
Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e te amaldiçoarias o demônio que te falasse assim? Ou vivestes alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderia:
"Tu és um Deus, e nunca ouvi nada mais divino!".
Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse; a pergunta, diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e ainda inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre teu agir! Ou então, como terias de ficar de bem contigo mesmo e com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?

(Em a Gaia Ciência (1978:208, - Nietzsche)

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

emoções inutéis

Há coisas que sabemos mas não teremos porventura consciência real . Ao ler um livro do Wayne W.Dyer "As nossas zonas erróneas" deparo-me com o capítulo das emoções inúteis e penso imediatamente porrra é mesmo isto.
"ao longo da vida, as emoções mais vãs são os sentimentos de culpa por algo feito e a preocupação relativa ao que se poderá fazer" Ou seja , no presente, no momento actual poderemos ficar suspensos por causa de coisas ocorridas no passado ou expectantes por coisas que irão acontecer no futuro. ´
Todos nós fizemos coisas no passado que nos causou algum desconforto ou sentimento de culpa. Costumo dizer que nunca fiz algo do qual me arrependesse, mas que houve coisas - que hoje - não faria ou faria de forma diferente. Isto é uma forma bonita de dizer que sim, fiz coisas das quais me arrependo e pelas quais carregarei algum sentimento de culpa - que está a ser objecto de uma análise mental profunda as we speek.
Este sc é um desperdício de energia já que factos ocorridos não poderão ser alterados e portanto devíamos ter coisas mais interessantes para fazer,certo? Os sentimentos de culpa são muitas vezes associados à manipulação, pelos pais aos filhos , pelos filhos aos pais, na escola com as notas, pelos casais nomeadamente em casos de comportamento errático ou na intenção de se conseguir algo.
Em relação à preocupação, é a mesma coisa, o ser humano preocupa-se com os filhos, com a morte,a saude,a felicidade,os preços, os acidentes,o que os outros vão pensar, com o cão e com o gato . É normal preocuparmo-nos e até nos é quase imposto que nos preocupemos se alguém que conhecemos vai ser operado, se vai ficar desempregado whatever. E o interessante nisto tudo é que nos preocupámos com coisas sobre as quais não temos qualquer controlo e mais uma vez existe um desperdício de energia no momento presente.
Amanhã vou ao dentista tratar um dente com um problema relativamente sério e ando a dormir mal desde a semana passada ,preocupada com o que irá acontecer,e com o que terei de facto.Além de sentir algum sentimento de culpa por não ter tratado disto quando me surgiram os primeiros sintomas aqui há 2 anos atrás.
O que ganho agora com preocupações ou sentimentos de culpa?! Absolutamente nada,apenas me desgasto,me canso,me desperdiço,me inquieto.E ganho olheiras.Mais.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Diana Basto

Diana Basto...quem? Pois é...para mim....uma das melhores vozes portuguesas !

E tem apenas um álbum editado Amanhecer de 1999.

Foi revelada em 1998 por Pedro Abrunhosa, que produziu o seu primeiro disco a solo. ( e único )

Voz simplesmente fantástica, músicas lindas como esta " Grita,Sente" ! Ou então "O mar", "Se eu voar" etc

Para quando um disco novo ?!

terça-feira, 26 de setembro de 2006

etiquetas

                                                      

                                                         

Depois de ter sido etiquetada pela Mac  e pelo  Astor - resolvi também eu  – despir-me mais um pouco e contribuir para este nu colectivo que se avizinha na blogosfera.

Tenho que falar sobre 1/2 dúzia de coisas aleatórias sobre mim  .

 

Medo

Tenho medo da morte,de doenças incuráveis,do sofrimento,de ver morrer as pessoas que amo, de magoar quem gosta de mim.

 

Independência

Desde sempre me habituei a fazer as coisas sozinha.Entre o não fazer por falta de companhia e o fazer sozinha, eu escolho sempre o fazer. Ir ao cinema, ir de férias ( fantásticas em Amesterdão...), ir passear à beira-mar. Sempre fui a pessoa que resolve tudo, a que tem sempre o conselho certo a dar, a forte, a presente.

 

Sensualidade

Não conheço a vida sem sensualidade,romance,flirt,namoro,surpresa,inovação,sedução,fantasias.

 

Utopias e sonhos

Procuro a felicidade,mas cada vez sei menos o que é isso. Recuso-me a aceitar que os meus valores estão errados e insisto em acalentar sonhos.Ás vezes apetece-me deixar-me ir ,indefesa, com o rebanho.Esses momentos de insanidade duram pouco e retomo novamente o meu bem-estar mental com a certeza acrescida que tenho a obrigação de viver,de procurar ser feliz.Sozinha se for preciso.

 

Amigos

Tenho mais amigos-homem, do que amigos-mulher.Não sei bem porquê e mesmo assim são poucos .Gostava de ter um grupo de amigos onde todos se conhecessem entre si e de fazer coisas em conjunto (não é isso que estão a pensar!),desde jantaradas em casa uns dos outros até idas ao cinema ou conversas pela noite dentro. Os amigos são a família que escolhemos. A amizade – como dizia alguém – é amor sem sexo.

 

Falar

Pela boca morre o peixe,já diz o ditado.Talvez por gostar de psiclogia ou whatever sempre tive a tendência para ser estupidamente sincera,de dizer o que penso. Mas atenção , apenas sou assim com as pessoas de quem gosto.Todas as outras passam-me ao lado,sendo as suas opiniões devidamente ignoradas por mim em tempo útil.

                                                      

sábado, 23 de setembro de 2006

Pois, é verdade, já toca cá em casa o novíssimo do C.Veloso.

A primeira impressão que tive, foi que não se gosta deste disco à primeira, e há uma faixa que francamente não gosto : porquê, pela frase,pela repetição, pela imitação do nosso sotaque.

Gosto especialmente de deusa urbana, musa híbrida , o herói.

Agora tenho de ir. Há música nova no pedaço !

Bom fim de semana 

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

volver

Almodovar não tem filmes maus,é um facto. Este filme provocou-me uma emoção profunda e muito intensa, chorei (simplesmente) e ri à gargalhada. Gosta de Almodovar. Cada vez mais.

 

Tres generaciones de mujeres sobreviven al viento solano, al fuego, a la locura, a la superstición e incluso a la muerte a base de bondad, mentiras y una vitalidad sin límites.
Ellas son Raimunda (Penélope Cruz) casada con un obrero en paro y una hija adolescente (Yohana Cobo). Sole (Lola Dueñas), su hermana, se gana la vida como peluquera. Y la madre de ambas, muerta en un incendio, junto a su marido (Carmen Maura). Este personaje se aparece primero a su hermana (Chus Lampreave) y después a Sole, aunque con quien dejó importantes asuntos pendientes fue con Raimunda y con su vecina del pueblo, Agustina (Blanca Portillo).
" Volver" no es una comedia surrealista, aunque en ocasiones lo parezca. Vivos y muertos conviven sin estridencias, provocando situaciones hilarantes o de una emoción intensa y genuina. Es una película sobre la cultura de la muerte en mi Mancha natal. Mis paisanos la viven con una naturalidad admirable. El modo en que los muertos continúan presentes en sus vidas, la riqueza y humanidad de sus ritos hace que los muertos no mueran nunca.
“Volver” destruye los tópicos de la España negra y propone una España tan real como opuesta. Una España blanca, espontánea, divertida, intrépida, solidaria y justa.

 

 Para quem gosta de cinema , aqui está um blog que sabe do que fala    http://cinept.blogspot.com/ 

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

o frio

Chegou a época dos pés frios.É um mal com que já me habituei a lidar, e para o qual não há cura.Eu gosto do frio – bem gostar,gostar também não tanto – digámos que prefiro o frio ao calor. O frio provoca-me a vontade irresistivel de acender a lareira, as velas todas espalhadas pela sala, fazer um chocolate quente, agarrar o primeiro livro que encontro e colocar uma música nova, algo que esteja a ouvir pela primeira vez. Ou então assistir a um filme fazer um intervalo para tomar café ou para ouvir a chuva que entretanto começa a bater nos vidros

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

ouço vozes

No meio da multidão , enquanto passo rápida, ouço frases soltas e completamente descontextualizadas, soam engraçadas e fazem a imaginação fluir e pensar nessas vidas estranhas que se cruzam com a minha – estranha também.

“eu pensava que ela era mais magra” dizia um homem alto e de corpo entroncado para outro.

“sala quatro,primeira á direita e depois à esquerda” dizia um homem ao telemóvel


Pessoas estranhas que passam por mim , saberão elas que as observo? Que pensarão quando olhares são trocados? Nada, seguem o seu caminho. E eu o meu destino.

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Setembro, o 1º

Hoje de manhã lembrei-me desta música - tem-me acontecido nos últimos anos desde que  -hoje à noite recebo-a por email. Há coisas que nunca mudam, os sentimentos quando são verdadeiros perduram no tempo, de forma diferente,sim,mas estão lá.

Penso que nunca te agradeci devidamente ,o facto de me teres tornado numa pessoa melhor,o facto de me teres aberto ao Mundo, o facto de me teres descoberto e de me teres mostrado as partes escondidas de mim que teimavam em permanecer no escuro e na ignorância.Obrigada.

É com todo o orgulho que te chamo amigo, um amigo especial, um amigo arco-íris daqueles que são como os anjos...andam por cá, simplesmente não os vemos.

The sun shines high above
The sounds of laughter
The birds swoop down upon
The crosses of old grey churches
We say that we're in love
While secretly wishing for rain
Sipping coke and playing games

September's here again
September's here again

terça-feira, 29 de agosto de 2006

o quê e porquê

As escolhas musicais do David (Fonseca) deste Verão e porquê a escolha :

Arcade Fire - Cold Wind

Um daqueles temas que consigo ouvir em repeat durante uma hora,óptimo para andar pela cidade

Beth Orton - Conceived

A música que me apresentou ao Verão,aliciante

Gnarls Barkley - Crazy

A música que devia inundar as pistas de dança.

Gomez - See the world

Para acordar e abrir as janelas todas da casa enquanto se cerra os olhos com a intensidade da luz

Fiona Apple - Please please please

Ideal para dançar na rua,potenciando a capacidade humana de fazer figuras estranhas, o que no Verão é desculpável e aceitável.

Ryan Adams - Come pick me up

Porque é absurdamente bonita 

 

E não é que ele tem razão ?

 Fonte : Visão nr.701

http://www.davidfonseca.com/

 

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

opá

Se quisesse passar o dia a ver bocas alheias, dentes com cárie cobertos com massas pretas e línguas feias tinha ido para dentista !!! Além do mais era paga para o fazer.

Este desabafo deve-se ao facto de trabalhar em "open space" e ter como companheira da frente uma gaijita que passa o dia a abrir a boca para bocejar ,fazendo os barulhos correspondentes nas suas mais variadas formas ,ainda que a distância não me permita cheirar o mau hálito que se adivinha  - isto chama-se mal educação ou não ?!

Os meus olhares reprovadores não surtiram qualquer efeito e agora que fazer? Furo-lhe os pneus ao carro?

Não é fácil trabalhar em open-space não senhor. A minha assertividade é constantemente posta à prova .

Conselhos?!

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

o maluco do shopping

O esquizofrénico do centro comercial daquela cidade ,onde ela ía ao cabeleireiro,era um homem igual a tantos outros mas coitado era tolinho – dizia a cabeleireira à cliente - sabe, a mulher deixou-o ficar e ele nunca mais foi o mesmo.

O cabelo continua a ser cortado,esticado,puxado, e as histórias do pobre es-qui-zo-fré-ni-co continuam – assumindo a cabeleireira ar de entendida e de pessoa informada desfia as (des)venturas do homem que manda bocas mal cheirosas ou de mau gosto ás empregadas das lojas – o teu marido casou por interesse,eu é que gosto de ti,deixa-o ficar – ou então – és muito brava,o teu marido não te amacia eu faço-te isso,ponho-te meiga.

Isto enquanto o cabelo é esticado,puxado,enrolado e o esquizofrénico passeia com um cigarro na mão pra trás prá frente pra trás pra frente e mais uma vez e mais outra.

Agora querem-no internar, mandá-lo para um manicómio antes que faça mal a alguém num dos diversos ataques de fúria onde frequentemente destroi bocados do condomínio – comum pois claro. Que isto de sofrer de esquizofrenia era bem melhor se fosse dentro de casa ou então dentro de um colete de forças e dentro de um quarto escuro dois por três.

E lá vão as madames ao cabeleireiro aperaltarem-se no dia que tiverem de ir testemunhar perante o Sr.DrºJuíz , no dia em que iniciarão o processo de exclusão do maluquinho do shopping , para que aquela figura de cigarro na mão de trás pra frente e de frente para trás deixe de lhes aparecer à frente.

A sociedade influenciando o indíviduo e fazendo-o fugir .....cada vez mais para dentro. De si mesmo.

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

mudar

 

Há dias em que acordo com vontade de mudar. Sou evadida por uma energia fora do normal e apetece-me ou mudar de penteado ou mudar a mobília toda de sítio ou arrumar o guarda-fatos . Ou então maluqueiras do genêro fazer listas de toda a música,filmes e livros que possuo - tarefa que fica sempre na intenção ou na iniciação.

Há dias em que me apetece mudar. Mudar-me.Tornar-me outra pessoa. Assumir uma identidade diferente. Desafiar-me. Surpreender-me.

Hoje apeteceu-me ter menos dez anos, voltar atrás no tempo e re-escrever a minha vida. Quando acordo assim apetece-me mudar. Hoje deu-me para isso.

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

adeus

         

Essencialmente nas datas festivas e nas férias grandes, a família apanhava o comboio da linha do Douro e aguardava impacientemente a chegada à estação da Ermida. A primeira vez que andei de taxi foi precisamente esse  que me levava da estação à casa da minha avó. A minha avó esperava á porta, como sempre vestida de preto. Nunca vi a minha avó vestida de outra cor já que o luto começou ainda eu não era nascida.

Ao longo dos anos fui-me habituando ao desaparecimento dos "potes ao lume" onde havia sempre sopa a fazer ou água a ferver para o banho ,fui-me habituando ao desaparecimento do forno enorme na cozinha usado para cozer o pão ou para assar o anho  , fui-me habituando ao desaparecimento de tantas memórias e recordações.

Hoje guardo no meu coração in a special spot o sorriso que a minha avó me atirava quando me vía saltar do taxi sempre que chegava.

 

20-Maio-1920

13-Agosto-2006

 

Adoro-te Avó Isaura. Lembrar-me-ei de ti a cada pôr-do-sol.

terça-feira, 1 de agosto de 2006

segunda-feira, 31 de julho de 2006

quando ele era ela

 

As palavras que se escrevem não têem sexo, mas quem as lê associa-as a um determinado genêro ora masculino ora feminino. Recentemente reparei que num blogue de uma amiga deixam comentários e saudações referindo-se a ela como um "ele".

Será por escrever coisas com sentido,por ter uma opinião,por ser pertinente que ela é associada a um ele?

Intrigante.

sexta-feira, 28 de julho de 2006

os wc's semi-públicos

Rara é a ocasião em que vou à casa de banho da empresa e não encontro lá alguém e rara é a ocasião em que saio sem ser interpelada. Isto é, enquanto lavo as mãos ou analiso uma nova borbulha que apareceu nos últimos dois minutos e meio a outra pessoa tem sempre alguma coisa a dizer ou a peguntar.

É quase obrigatório frases do gênero :

- estás mais magra ( quando se está mais gorda não há comentários directos, já que os outros há-os sempre)

-essa cor de cabelo fica-te bem/está a crescer/onde vais arranjar

-hoje parece-me sexta (quando ainda é terça de manhã)

-então que tal o fim de semana correu bem/foste pra praia

-então bom fim de semana / boas férias (esta do desejar bom qualquer coisa nunca percebi bem)

- (... )

Portanto, homens, decepcionem-se à vontade já que quando as mulheres se encontram na casa de banho nada de interessante se passa .... pelo menos na que eu frequento LOL

quarta-feira, 26 de julho de 2006

Mental Obsesity

O prof. Andrew Oitke publicou o seu polémico livro «Mental Obesity» que revolucionou os campos da educação, jornalismo e relações sociais em geral.

Nessa obra, o catedrático de Antropologia em Harvard introduziu o conceito em epígrafe para descrever o que considerava o pior problema da sociedade moderna. «Há apenas algumas décadas, a Humanidade tomou consciência dos  perigos do excesso de gordura física por uma alimentação desregrada. Está na altura de se notar que os nossos abusos no campo da informação e conhecimento estão a criar problemas tão ou mais sérios que esses.»

Segundo o autor, «a nossa sociedade está mais atafulhada de preconceitos que de  proteínas, mais intoxicada de lugares-comuns que de hidratos de carbono.

As pessoas viciaram-se em estereótipos, juízos apressados, pensamentos tacanhos, condenações precipitadas. Todos têm opinião sobre tudo, mas não conhecem nada. Os cozinheiros desta magna fast food intelectual são os jornalistas e comentadores, os editores da informação e filósofos, os romancistas e realizadores de cinema. Os telejornais e telenovelas são os hamburgers do espírito, as revistas e romances são os donuts da imaginação.»

O problema central está na família e na escola. «Qualquer pai responsável  sabe que os seus filhos ficarão doentes se comerem apenas doces e chocolate.
Não se entende, então, como é que tantos educadores aceitam que a dieta mental das crianças seja composta por desenhos animados, videojogos e  telenovelas. Com uma «alimentação intelectual» tão carregada de adrenalina,romance, violência e emoção, é normal que esses jovens nunca consigam depois uma vida saudável e equilibrada.»

Num dos capítulos mais polémicos e  contundentes da obra, intitulado «Os  abutres», afirma: «O jornalista  alimenta-se hoje quase exclusivamente de cadáveres de reputações, de detritos de escândalos, de restos mortais das realizações humanas. A  imprensa deixou há muito de informar, para apenas seduzir, agredir e  manipular.» O texto descreve como os repórteres se
desinteressam da  realidade fervilhante, para se centrarem apenas no lado polémico e chocante.

«Só a parte morta e apodrecida da realidade é que chega aos jornais.»

Outros casos referidos criaram uma celeuma que perdura. «O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades. Todos sabem que Kennedy foi assassinado, mas não sabem quem foi Kennedy. Todos dizem que a Capela Sistina tem tecto, mas ninguém suspeita para que é que ela serve. Todos acham que Saddam é mau e Mandella é bom, mas nem desconfiam porquê.. .
Todos  conhecem que Pitágoras tem um teorema, mas ignoram o que é um cateto.»

As  conclusões do tratado, já clássico, são arrasadoras.
«Não admira que, no  meio da prosperidade e abundância, as grandes realizações do espírito  humano  estejam em decadência. A família é contestada, a tradição esquecida, a  religião abandonada, a cultura banalizou-se, o folclore entrou em queda, a  arte é fútil, paradoxal ou doentia. Floresce a pornografia, o   cabotinismo, a  imitação, a sensaboria,
o egoísmo.
Não se trata de uma decadência, uma  «idade das trevas» ou o fim da civilização, como tantos apregoam. É só uma  questão de obesidade. O homem moderno está adiposo no raciocínio, gostos e  sentimentos.
O mundo não precisa de reformas, desenvolvimento, progressos. Precisa sobretudo de dieta mental.»

(recebida por email )

segunda-feira, 17 de julho de 2006

ser má

"As mulheres boas vão para o céu, as más vão para todo o lado" Tenho uma t-shirt comprada numa das viagens a Amesterdão que diz precisamente isto.

Ser sempre a boazinha,a comprensiva, a assertiva cansa.E com este calor qualquer esforço extra torna-me irritadiça

segunda-feira, 12 de junho de 2006

A fábula do macaco e do peixe


Um macaco passeava-se à beira de um rio, quando viu um peixe dentro de água. Como não conhecia aquele animal, pensou que estava a afogar-se. Conseguiu apanhá-lo e ficou muito contente quando o viu aos pulos, preso nos seus dedos, achando que aqueles saltos eram sinais de uma grande alegria por ter sido salvo. Pouco depois, quando o peixe parou de se mexer e o macaco percebeu que estava morto, comentou:
- Que pena eu não ter chegado mais cedo!


Mia Couto


Pois é...o desconhecimento tem destas coisas. Como é fácil assumir o que não se sabe. Como é fácil julgar o que se desconhece. Como é fácil fazer juízos de valor . Como é fácil ter sempre opinião sobre tudo e mais alguma coisa.

terça-feira, 6 de junho de 2006

montar coisas

Sou uma pessoa impaciente por natureza, odeio depender de outras pessoas para que coisas apareçam feitas e regra geral opto por as fazer eu - o que quase sempre se vem a revelar uma tarefa trabalhosa e demorada. Tenho um certo orgulho em dizer "fui eu que fiz", mas dou-me por mim a pensar o quão triste é ser assim e na falta que um homem em casa pode fazer. A última aventura em que me meti foi comprar por necessidade mas também porque vi o que queria ...um móvel branco de 185*91*38 cm 3 portas e 2 gavetas. A saga começa em como tirar o pack da mala do carro ( tinha sido lá colocado pelo empregado da loja )...entre a hipótese de ir tocar à porta do meu vizinho do r/c traseira e carregar eu com aquilo ( tentativa frustrada já que era muito pesado), optei por desmanchar a embalagem na garagem e levá-lo às tábuas para casa ! Segue-se um telefonema ao meu irmão para aparecer...,que ele gentilmente se esqueceu de fazer, se calhar adivinhando já que nao seria para coisa boa ....e eis que arregaço as mangas e decido montá-lo eu.

Bem, depois de 3 telefonemas , 5 MMS e 3 horas depois..consigo montar 50% do móvel...faltando agora as portas e as suas ferragens...mais as gavetas, o que dará para mais um serão "em beleza".

Como vêem os meus dias têem sido muito animados , resta-me o consolo de imaginar que lá para o Natal já deve estar tudo o resto feito, que incluí uma parede vermelha "prazer" com uma demão e um bocado borratada nas fronteiras com o branco das restantes ( que isto de pintar paredes parece fácil mas não é ).

Boa semana !

segunda-feira, 29 de maio de 2006

objectos

Hoje é o último dia do bidé cá em casa. Vai-se um objecto que nunca foi usado. Não tenho dificuldade alguma em livrar-me das coisas inúteis . Talvez por ter crescido numa casa onde todos os móveis estavam cobertos de bibelots, de coisinhas, de estatuetas, de recordações de viagens, de tudo e mais alguma coisa. Deve-me ter ficado um trauma ( é o chamado trauma de infância ehehehe ) de ter que limpar aquilo tudo sábado após sábado.Tirar do sitio, limpar peça a peça ( claro que isto não era seguido religiosamente ...fazia muita trafulhice ) e voltar a colocar tudo no sítio e esperar pela inspecção. E assim se passava uma tarde,lanche incluído .

segunda-feira, 15 de maio de 2006

a idade e a diferença II

Há poucas semanas na revista Sábado discutia-se o tema sexo aos 40 anos, a capa era qualquer coisa como "Quarentonas falam de sexo....50% das mulheres acima dos 40 afirmam em estudos ciêntificos que querem sexo mais do que nunca.Histórias de portuguesas maduras desejadas por homens mais novos"


Porque alguns homens preferem relacionamentos com mulheres mais velhas?


In Correio da Manhã :
MÃE-MULHER-AMANTE?Voltemos à frase: o amor não escolhe idades para introduzir o quadro afectivo mais atípico: quando ela é mais velha.Para o sexólogo Santinho Martins, numa perspectiva de lógica “faz mais sentido um homem casar com uma mulher mais velha. E isto porque a mulher vive mais tempo e, deste modo, não corre o risco de ficar sozinha cedo.” E depois há sempre aqueles homens que se sentem mais seguros com uma mulher mais velha, sendo que dela são os três melhores papéis: mãe-mulher-amante. Mas este é território perigoso. Sobretudo elas. Poderá uma mulher de 35 anos competir com uma de 20? Claro que não! Diz o sexólogo que não há um padrão para casos destes, até porque são raros, contudo “quando há uma grande diferença de idades, poderão surgir problemas, sobretudo à medida que a mulher vai envelhecendo. A não ser que ela passe a vida a esticar a pele (risos)” Mas claro que existem casais felizes. O segredo do sucesso destas relações é que é sempre uma incógnita.

domingo, 14 de maio de 2006

a idade e a diferença

Há idade certa para fazer determinada coisa? É mais do que certo que após x tempo de namoro se casa ou se vai viver junto. É mais do que certo que após x tempo de casado se tem um filho. Normalmente estes passos acontecem por iniciativa de uma das partes,muitas vezes induzido pela outra.O casar e ter um filho após algum tempo é-nos induzido pela família, pelos amigos, pelos colegas de trabalho e pelos vizinhos do lado.Qualquer coisa fora do padrão é visto com estranheza e sinal que algo ocorre de menos bom.

Não se levanta a questão de que esperar seja uma opção ( sabe-se lá pelo quê ).Não se levanta a questão que não seja o momento certo ( seja lá o que isso for ).Não se levanta a questão que ter um filho não é nem deve ser a solução para um relacionamento que vai mal.

E quando a idade já não é a certa?Aqui a falta de escolha assume um carácter demasiado pesado .Olhamos para o relógio e o tic tac tic tac não pára, o som torna-se insuportável e perseguir-nos-á ate ao dia em que não nos lembraremos que tivemos a opção e aí talvez possamos finalmente aceitar.

sexta-feira, 12 de maio de 2006

Lloyd Cole

"É proibido tirar fotografias" Nunca consegui obedecer a esta regra. Gostei do concerto, o Lloyd Cole estava muito à vontade...mesmo para resolver problemas técnicos que surgiram logo na primeira música. ( o amplificador desligou-se )...esteve bem humorado, com muitas piadas em torno da idade e da velhice.Mandou um berro na 2ª parte para acordar o pessoal - aquele que foi lá para ser visto ou porque era "giro" ir a um concerto, e que estava literalmente a dormir - mas sempre bem disposto.
Ás tantas o amplificador lá se liga novamente ( sem mais nem menos) , facto imediatamente notado pelo L.Cole e que nos faz saber, alguém diz "We are in Portugal!" ( aqui alguns acordam...)ao que ele responde "Outside Portugal this might be considered Vodu"....bem...foi como eu esperava que fosse, ou até melhor.

quinta-feira, 11 de maio de 2006

Lloyd Cole

Não resisti a contar aos meus 6 leitores assíduos que daqui a umas horas vou estar a uns metros deste senhor, vou ouvi-lo e vê-lo Yupiiiiiiii

Dispensa apresentações

quarta-feira, 10 de maio de 2006

obras

Tenho-me deparado várias vezes com o facto de que ser mulher é um meio caminho andado para ser tratada de uma forma superficial ( quando os seus serviços são necessários ) pelos , e passo a citar , mecânicos , carpinteiros, trolhas, empreiteiros, empregados de lojas de materiais de construção e afins.Entenda-se afins por todos os outtros profissionais que se dedicam a actividades em que normalmente o homem é que percebe, é que sabe ou tem ideia como se faz.
Sendo isso geneticamente comum no sexo masculino (okey, escrevi sexo...este blog vai ser mais procurado a partir de agora...lol ), será que é assim tão dificil dar à mulher o benefício da dúvida e ser tratada como alguém que pode ter a capacidade de saber, entender ou escolher o que melhor lhe convém? E de não me sentir enganada propositadamente por esses profissionais que acham que a mulher serve para decorar a casa, para sorrir e abanar com a cabeça para cima e para baixo em constante sinal de assentimento?
Aprendi a fazer perguntas, a indagar, a pesquisar, a colocar várias hipóteses , a discutir preços e a ser mother fucker se precisar - afinal tenho que me adaptar ao mundo desses profissionais...e sempre achei que era uma pessoa flexível ...Lol
Sim, ando com a casa em obras(ou a tentar )
Não, não são todos assim....há uns que não...
Como tudo na vida.

sexta-feira, 5 de maio de 2006

lixo ?

A vida é assim....

quando tudo parece um monte de lixo,

podemos descobrir algo mais...

( Está no museu de Arte de Israel )

"A felicidade não está em viver, mas em saber viver.

Não vive mais quem vive mais tempo,

mas o que melhor vive,

porque a vida não mede o tempo,

mas sim a utilização que dela fazemos."

quarta-feira, 3 de maio de 2006

o futuro (in)certo

Hoje vi várias centenas de caras transtornadas, sombrias e revoltadas.Hoje - mais uma vez - se questionavam como iríam alimentar a família se fossem os escolhidos.O que íriam fazer da vida deles e que sonhos e realidades iniciam o processo de queda até sabe-se lá onde.

Hoje à noite, centenas de pessoas terão alguma dificuldade em adormecer, porque não sabem o dia de amanhã.Ou melhor, sabem que o dia de amanhã será doloroso.A vontade de acordar e saírem de casa para trabalhar será abrandada pela perspectiva do seu nome ser um dos das quase três centenas de pessoas que serão escolhidas.

Todos nossos sabemos que há decisões que nos ultrapassam, que são irreversíveis e que influenciam a nossa vida futura, para o mal ou para o bem.Não é fácil, nem para eles, nem para nós.Principalmente para nós.

Resta-nos apenas ter fé no futuro.E principalmente em nós mesmos.

(música dedicada ao meu amigo das borboletas )

terça-feira, 2 de maio de 2006

etapas

Para quem arrisca a viver, a vida está cheia de etapas a serem ultrapassadas, de objectivos a serem preenchidos, de caminhos a serem percorridos.
Encontro-me numa nova etapa da minha vida, uma etapa que se quer longa e proveitosa.É o ínico de um novo desafio, algo em que entro de corpo,alma e coração.Algo pelo qual esperei,senão a vida toda, uma parte significativa dela, e algo em que entrei para ganhar e para obter o grande prémio.Como se fosse a primeira vez : com a mesma inocência, com a mesma vulnerabilidade. e com a mesma ingenuidade...Como as coisas importantes o devem ser.

quarta-feira, 26 de abril de 2006

balanço positivo ??

Faz-me um bocado de confusão ouvir na rádio que houve nao sei quantos acidentes, não sei quantos mortos e feridos, mas que o balanço em relação ao ano anterior é positivo...
Hello !! Positivo?! Não podem arranjar outra palavra ou expressão...por exemplo..."foi menos negativo .."?
Parece-me que toda a gente fica muito contente por ter havido menos mortes que no mesmo período do ano passado....se calhar era mais interessante criarem-se condições para que no próximo ano não haja morte alguma..... ( tipo por exemplo abrir a cabeça ao meio e meter lá para dentro o código da estrada devidamente actualizado com os limites de velocidade e de alcool no sangue acompanhdo de educação, civismo e respeito)..... aí sim , seria um balanço positivo!
Se calhar sou só eu, ou é do calor...mas faz-me confusão caramba.

segunda-feira, 24 de abril de 2006

o escritor de canções

Gosto de Pedro Abrunhosa. No sábado ouvi-o mais uma vez (em entrevista à rádio) , é um encanto a falar, absorvo todas as palavras. Sabe o que diz e sabe dizê-lo...com uma voz que me delicia, forte...voz de pessoa segura.

Gosto de o ouvir cantar, é um escritor de canções, um fazedor de música de quem gosto particularmente. Busca a perfeição e como o próprio diz "quando todas as palavras baterem certo, fizerem sentido umas nas outras...sairá o próximo disco...."

Aguardo

Quando veio,
Mostrou-me as maos vazias,
As maos como os meus dias,
Tao leves e banais.
E pediu-me
Que lhe levasse o medo,
Eu disse-lhe um segredo:
«Nao partas nunca mais»

quarta-feira, 19 de abril de 2006

Pecados&Preconceitos

As pessoas que não têem vida própria vivem a vida dos outros.

Pois é...e quando isso acontece acham-se no direito de opiniar, de fazer juízos de valor, de comentar . Depois juntam-se e discutem a vida uns dos outros, ponderam, analizam e sabem com toda a certeza o que se passa, o que essa pessoa objecto de tão analitica análise pode fazer para mudar a vida que tem . Falam em código, pedem pormenores uns aos outros, tentam ouvir conversas telefónicas, observam as roupas,o cheiro, o rubor no rosto, os sorrisos e concluem....sempre acertadamente -claro- o que se passará. E nós temos que levar com elas porque há sempre alguém que é mais nosso "amiguinho" e nos vem contar.

Há pessoas cuja preocupação essencial é saber o que irão cozinhar ao jantar, que perfume irá sair brevemente e em que dia começam os saldos barra descontos barra promoções. Ah..e nunca se esquecem de comprar as 99 revistas cor-de-rosa que existem. Sim, porque saber quem se divorciou, quem anda com quem, ver as fotos das férias ou saber das plásticas são coisas da máxima importância e asseguram sempre noites bem dormidas.

Tristes vidas tão vazias !

Há pouco tempo apercebi-me que sou uma pecadora ( ou melhor fui informada) ...pois é ...usar a net, ler jornais e ver televisão ( Tv não vejo uffff...já sou menos pecadora )é pecado .Além disso tenho um estado civil que é "proibido", sou a favor da vida e do uso do preservativo e mais umas quantas coisas que é melhor não enumerar ( era muito maçador para quem faz o favor de ler isto LOL )

Que Mundo este!

segunda-feira, 17 de abril de 2006

as mil e uma noites

Há pouco tempo - e depois de uma conversa com um amigo , sim...tu que fizeste anos no sábado - relembrei a história das Mil e uma noites....

Dizia o meu amigo mas tu conheces a história....eu respondo sim, claro...E pronto...deu-me aquela vontade súbita de a reler...depois de alguns anos.

Agora que a reli...a história assume um significado diferente...o passar dos anos traz-me sabedoria (uff...felizmente)...

Mil e uma noites.... são muitas noites, mil é quase um sinónimo de infinito...Mil e uma noites é mais uma noite além do infinito. Parece muito não é? Mas são "apenas" quase 3 anos..

É uma história de amor, e como qualquer história de amor que se preze...esta não acaba nunca...

Vinicus escreveu Que não seja eterno posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.

Heine escreveu Eu te amarei eternamente e ainda depois.

É preciso que a chama nunca se apague, mesmo que a vela se vá queimando...A mesma chama que o vento apaga, volta a acender-se por causa de um sopro.

Mil e uma noites é mesmo isso...é o manter a chama ....daí a história assumir muito mais do que uma história...daí a história assumir uma lição de vida .

Um sultão foi traído pela esposa a quem amava perdidamente. Ele não podía viver sem o amor de uma mulher, mas também não quería ser traído novamente.

Resolve então casar com as moças mais belas do Reino, mas a seguir à noite de núpcias mandá-las decapitar. O amor assim seria renovado dia a dia e sem qualquer infidelidade.

Xerazade ( uma bela donzela, que lía bastante...bastante mesmo ... ) mesmo sabendo da triste sorte, decide casar com o Sultão. Após a noite de núpcias....já com os corpos saciados...Xerazade decide começar a falar com o Sultão...conta histórias...

As suas palavras penetram os ouvidos do Sultão...suavemente como música. O corpo é um lugar maravilhoso de delícias ( gosto desta palavra ) mas Xerazade sa´bia que todo o amor construído apenas com base nisso será breve... a chama se apaga tão logo o corpo tenha esvaziado o seu fogo Xerazade fala, sopra suavemente, conta histórias uma atrás da outra. Não há um orgasmo que ponha fim ao desejo.

O Sultão encantado com o mundo de magia que Xerazade lhe proporciona vai adiando a execução por mil e uma noites, eternamente e um dia mais.

É preciso saber ouvir, acolher, deixar que o outro entre dentro de nós....Ouvir em silêncio. E é preciso saber falar....como música, sem qualquer pressa, saboreando as palavras e o momento.

Parabéns F. pelo teu aniversário...e obrigada pelas lindas conversas de almofada que já tivemos. Anima-te e se precisares de mim estou por aqui...ao alcance de uma chamada.

Nota : as músicas são duas porque hoje não me decidi. Há dias assim :p

sexta-feira, 14 de abril de 2006

o tigre e a neve

Vi e amei

Para rever muitas vezes

« Roberto Benigni mantém a tradição de participar nos filmes que realiza. Em "O Tigre e a Neve" é um poeta, professor, querido dos alunos. Quanto ao amor, não tem tanta sorte. Gosta de uma mulher, que por acaso na na vida real é a sua. Nicoletta Braschi mantém-se como musa de Benigni, só que neste filme a paixão comum são as letras.

Esta mulher troca Roma por Bagdade para escrever a biografia de um poeta iraquiano, em 2003, ano de invasão do Iraque e é vítima das tropas aliadas.

O pesadelo da guerra não interrompe o sonho,
o humor continua a ser uma arma para enfrentar os obstáculos de quem quer que a vida seja bela.

"O Tigre e a Neve" conta com a participação de Tom Waits, autor da canção principal do filme, " You can never hold back spring". »

Sun is red, moon is cracked
Daddy's never coming back
Nothing's ever yours to keep
Close your eyes, go to sleep
If I die before you wake
Don't you cry, don't you weep

Nothing's ever as it seems
Climb the ladder to your dreams
And if I die before you wake
Don't you cry, don't you weep
Nothing's ever yours to keep
close your eyes, go to sleep

quarta-feira, 12 de abril de 2006

desilusões

As desilusões são como os chapéus ....Chapéus há muitos seu palerma ! Para quem não saiba esta frase é dita pelo nosso saudoso Vasco Santana na Canção de Lisboa..

O que é uma desilusão ou estar desiludido ?

O sentimento desilusão é consequência de uma ilusão? Será um sentimento de desencanto?

E quem cría essas ilusões e encantos ? Os outros que nos rodeiam , a vida, as circunstâncias, o destino?

Não!

Nós...

Nós criámos expectativas em relação aos outros, sejam elas quais forem, pequenas, grandes ou exageradas ou impossíveis. Tentámos não o fazer...mas faz parte da nossa natureza ...esperar sempre alguma coisa de alguém , afinal Não há almoços grátis , e quanto maior a expectativa e a ilusão que nos é induzida ou imaginada maior a desilusão.

E quando sabemos de antemão que nos vamos desiludir com algo/alguém e mesmo assim arriscámos ? Isso é viver. No final - quando a desilusão acontece - as dúvidas desvanecem-se, ficam as certezas. Até à próxima vez em que faremos exactamente a mesma coisa...com um final diferente (ou talvez não). Isso é viver! Sem medos e sem esqueletos dentro do armário.

Não será assim?

segunda-feira, 10 de abril de 2006

Formas diferentes de olhar

O que esta imagem representa para cada um de vocês ? Olhem com atenção, vão para além do óbvio. Pensem am várias alternativas, várias interpretações e escolham aquela que faz mais sentido - neste momento.

Sim...porque amanhã esta imagem poderá representar outra coisa qualquer. Open your mind.

O meu fim de semana foi de exorcismo de mágoas. Hoje acordei liberta de medos, vergonhas, frustrações, impossibilidades. Hoje sou eu, a que sempre fui. Encontrei-me mais uma vez , (sim,tinha-me perdido) sem direcções nem orientações. Busquei-me em mim mesma. Conheço-me tão bem. Bem demais até!

( estou a ficar boa neste exercício )

sexta-feira, 7 de abril de 2006

pequeno-almoço

Ao pequeno-almoço  - a meio da manhã - somos quatro. Vamos quase sempre à mesma hora, 10..mais coisa menos coisa.  A "notificação" é feita por email Vamos ao pequeno? ...as respostas podem ser variadas pequeno?qual pequeno?ou então é já a seguir (normalmente 10 minutos "a seguir") ou ainda não posso, vão vocês (rapidamente alterado para Okey...eu vou ).


As conversas deste pequenos almoços são muito variadas, normalmente falámos de economia (pouco) de temas diversos como a pirataria e a fome no mundo(alguma coisa) e de sexo e assuntos ligados a comportamentos(muito).


Esta semana - às tantas - alguém (homem) sai-se com esta frase :


Nem todos os homens quando casam querem uma 2ª mãe!


Olhei para ele com admiração...!


Muitos homens (alguns eu conheço)têem relações estranhas com as mães. Penso que o Freud explica :) Não tem nada a ver, mas lembrei-me agora que Freud tem uma teoria que eu acho particularmente interessante A teoria das emoções - interessantíssima para um post posterior, oh yeah.




                                        


Na minha opinião nem todos os homens querem uma 2ª mãe quando casam....mas a realidade prova que a têem....são as mulheres que cozinham, são as mulheres que arrumam a casa, são as mulheres que poêm a máquina a lavar e que estendem a roupa...e mais um 100 número de coisas!


E porquê?


Porque elas querem...e eles deixam...Tão simples como isso.


E porquê querem as mulheres? Porque em muitos casos pelo exemplo dos pais, noutros porque acham que parece mal um homem na cozinha ou de aspirador na mão, ou então porque o marido até ganha mais e por isso a mulher tem que o "compensar"...enfim...


Opções de muitas ...não a minha, claro. Eu sou pela igualdade, pela divisão, sou defensora de construções a dois , com tudo o que isso implique. É-me terrivelmente difícil fazer algo por obrigação. Impossível mesmo!


De quem é a culpa ?


Da mulher-mãe, que não ensina o filho a ser autónomo, que habitua o filho a ser completamente dependente dela e pior : que o faz acreditar que assim é o correcto.


Da mulher-mulher, que ama e que gosta de agradar e mimar o marido...e por isso o vai transformando numa lontra no sofá...


Claro que nem todos os homens são assim! Reconheço isso também.

Tema com alguma polémica ...espero comentários fortes e controversos ...


Quando penso no meu blog , penso numa conversa de café, não em modo directo , mas indirectamente muito enriquecedor para mim anyway

terça-feira, 4 de abril de 2006

traumas de infância

                    

                                

Passei uma infância feliz, onde brincar na rua era um hábito, onde correr,saltar à corda, esfolar os joelhos várias vezes também era um hábito.

No entanto ganhei um trauma quando entrei para o 1º ano do ciclo ( agora 6ºano )...na altura era simplesmente a aluna mais alta de toda a escola. Isso trouxe-me alguns dissabores por ser diferente de todas as outras. Na altura chamavam-me girafa :)

Andava sempre com as costas muito direitinhas - não me vergava e nunca o fiz - sobre as secretárias. A minha mãe sempre me alertou para uma postura correcta assim como o médico ortopedista que me acompanhou na altura. (o desenvolvimento muito rápido do esqueleto provoca algum desconforto e tem que ser acompanhado)

Aos 15  já tinha 1.72 m , o que há 20 anos atrás não era muito normal numa míuda.Os meus namoraditos de adolescência eram sempre gigantescos...se calhar a atracção que me exercíam era mesmo essa - o eu ser "baixa" junto deles :p logo "normal".

A adolescência tem destas coisas...

 

When you were here before
Couldn't look you in the eye
You're just like an angel
Your skin makes me cry
You float like a feather
In a beautiful world
I wish I was special
You're so fucking special

But I'm a creep
I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here

 (...)

segunda-feira, 3 de abril de 2006

norte

Um texto que me enviaram com o seguinte comentário Ele quer alguma coisa !, escrito pelo Miguel Esteves Cardoso. Brincadeiras à parte...é uma honra ser do Porto, revejo-me em muitas coisas aqui descritas, outras nem por isso já que foram sofrendo mutações ao longo do tempo. São as pessoas que fazem os locais, estejam onde estiverem.

           

Primeiro, as verdades.

O Norte é mais Português que Portugal.

As minhotas são as raparigas mais bonitas do País.

O Minho é a nossa província mais estragada e continua a ser a mais bela.

As festas da Nossa Senhora da Agonia são as maiores e mais impressionantes que já se viram.

Viana do Castelo é uma cidade clara. Não esconde nada. Não há uma

Viana secreta. Não há outra Viana do lado de lá. Em Viana do Castelo

está tudo à vista. A luz mostra tudo o que há para ver. É uma cidade

verde-branca. Verde- rio e verde-mar, mas branca. Em Agosto até o

verde mais escuro, que se vê nas árvores antigas do Monte de Santa

Luzia, parece tornar-se branco ao olhar. Até o granito das casas.

 

Mais verdades.

 

No Norte a comida é melhor.

O vinho é melhor.

O serviço é melhor.

Os preços são mais baixos.

Não é difícil entrar ao calhas numa taberna, comer muito bem e pagar  uma ninharia.

Estas são as verdades do Norte de Portugal.

 

Mas há uma verdade maior.

É que só o Norte existe. O Sul não existe.

As partes mais bonitas de Portugal, o Alentejo, os Açores, a Madeira, Lisboa, et caetera, existem sozinhas. O Sul é solto. Não se junta.

Não se diz que se é do Sul como se diz que se é do Norte.

No Norte dizem-se e orgulham-se de se dizer nortenhos. Quem é que se identifica como sulista?

 

No Norte, as pessoas falam mais no Norte do que todos os portugueses juntos falam de Portugal inteiro.

Os nortenhos não falam do Norte como se o Norte fosse um segundo país.

Não haja enganos.

Não falam do Norte para separá-lo de Portugal.

Falam do Norte apenas para separá-lo do resto de Portugal.

Para um nortenho, há o Norte e há o Resto. É a soma de um e de outro que constitui Portugal.

 

Mas o Norte é onde Portugal começa.

Depois do Norte, Portugal limita-se a continuar, a correr por ali abaixo.

Deus nos livre, mas se se perdesse o resto do país e só ficasse o  Norte, Portugal continuaria a existir. Como país inteiro. Pátria  mesmo, por muito pequenina. No Norte.

Em contrapartida, sem o Norte, Portugal seria uma mera região da Europa. Mais ou menos peninsular, ou insular.

 

É esta a verdade.

Lisboa é bonita e estranha mas é apenas uma cidade. O Alentejo é  especial mas ibérico, a Madeira é encantadora mas inglesa e os Açores são um caso à parte. Em qualquer caso, os lisboetas não falam nem no Centro nem no Sul - falam em Lisboa. Os alentejanos nem sequer falam do Algarve - falam do Alentejo. As ilhas falam em si mesmas e naquela entidade incompreensível a que chamam, qual hipermercado de mil misturadas, Continente.

 

No Norte, Portugal tira de si a sua ideia e ganha corpo. Está muito estragado, mas é um estragado português, semi-arrependido, como quem não quer a coisa.

O Norte cheira a dinheiro e a alecrim.

O asseio não é asséptico - cheira a cunhas, a conhecimentos e a arranjinho. Tem esse defeito e essa verdade.

Em contrapartida, a conservação fantástica de (algum) Alentejo é impecável, porque os alentejanos são mais frios e conservadores (menos portugueses) nessas coisas.

 

O Norte é feminino.

O Minho é uma menina. Tem a doçura agreste, a timidez insolente da mulher portuguesa. Como um brinco doirado que luz numa orelha pequenina, o Norte dá nas vistas sem se dar por isso.

As raparigas do Norte têm belezas perigosas, olhos verdes-impossíveis, daqueles em que os versos, desde o dia em que nascem, se põem a escrever-se sozinhos.

Têm o ar de quem pertence a si própria. Andam de mãos nas ancas.

Olham de frente. Pensam em tudo e dizem tudo o que pensam. Confiam, mas não dão confiança. Olho para as raparigas do meu país e acho-as bonitas e honradas, graciosas sem estarem para brincadeiras, bonitas sem serem belas, erguidas pelo nariz, seguras pelo queixo, aprumadas, mas sem vaidade. Acho-as verdadeiras. Acredito nelas. Gosto da vergonha delas, da maneira como coram quando se lhes fala e da maneira como podem puxar de um estalo ou de uma panela, quando se lhes falta ao respeito.

Gosto das pequeninas, com o cabelo puxado atrás das orelhas, e das velhas, de carrapito perfeito, que têm os olhos endurecidos de quem passou a vida a cuidar dos outros. Gosto dos brincos, dos sapatos, das saias. Gosto das burguesas, vestidas à maneira, de braço enlaçado

nos homens. Fazem-me todas medo, na maneira calada como conduzem as cerimónias e os maridos, mas gosto delas.

 

São mulheres que possuem; são mulheres que pertencem. As mulheres do Norte deveriam mandar neste país. Têm o ar de que sabem o que estão a fazer. Em Viana, durante as festas, são as senhoras em toda a parte. Numa procissão, numa barraca de feira, numa taberna, são elas que decidem silenciosamente.

Trabalham três vezes mais que os homens e não lhes dão importância especial. Só descomposturas, e mimos, e carinhos.

 

O Norte é a nossa verdade.

 

Ao princípio irritava-me que todos os nortenhos tivessem tanto orgulho no Norte, porque me parecia que o orgulho era aleatório.

Gostavam do Norte só porque eram do Norte. Assim também eu. Ansiava por encontrar um nortenho que preferisse Coimbra ou o Algarve, da maneira que eu, lisboeta, prefiro o Norte. Afinal, Portugal é um caso muito sério e compete a cada português escolher, de cabeça fria e

coração quente, os seus pedaços e pormenores. Depois percebi.

Os nortenhos, antes de nascer, já escolheram. Já nascem escolhidos.

Não escolhem a terra onde nascem, seja Ponte de Lima ou Amarante, e apesar de as defenderem acerrimamente, põem acima dessas terras a terra maior que é o "O Norte".

Defendem o "Norte" em Portugal como os Portugueses haviam de defender Portugal no mundo. Este sacrifício colectivo, em que cada um adia a sua pertença particular - o nome da sua terrinha - para poder pertencer a uma terra maior, é comovente.

 

No Porto, dizem que as pessoas de Viana são melhores do que as do Porto. Em Viana, dizem que as festas de Viana não são tão autênticas como as de Ponte de Lima. Em Ponte de Lima dizem que a vila de Amarante ainda é mais bonita. O Norte não tem nome próprio. Se o tem

não o diz. Quem sabe se é mais Minho ou Trás-os- Montes, se é litoral ou interior, português ou galego? Parece vago. Mas não é. Basta olhar para aquelas caras e para aquelas casas, para as árvores, para os muros, ouvir aquelas vozes, sentir aquelas mãos em cima de nós, com a

terra a tremer de tanto tambor e o céu em fogo, para adivinhar.

 

O nome do Norte é Portugal. Portugal, como nome de terra, como nome de nós todos, é um nome do Norte. Não é só o nome do Porto. É a maneira que têm de dizer "Portugal" e "Portugueses". No Norte dizem-no a toda a hora, com a maior das naturalidades. Sem complexos e sem patrioteirismos. Como se fosse só um nome. Como "Norte". Como se fosse assim que chamassem uns pelos outros. Porque é que não é  assim que nos chamamos todos?"