quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

vontade (pouca)

Nestes dias, será do frio, será do tempo, será dos desgostos de amor que insistem em continuar, ando com muito pouca vontade de confraternizar, sair ou estar com pessoas. Apetece-me estar a curtir a neurose sozinha (já que o W.Allen está longe).
Ressentem-se os amigos que continuam por um lado a insistir mas por outro lado a respeitar. Viva para os amigos que tenho, que sempre me apoiaram, ainda que muitas vezes não concordem com as minhas decisões



"Contemplando uma cascata, acreditamos ver nas inúmeras ondulações, serpenteares, quebras de ondas, liberdade da vontade e capricho; mas tudo é necessidade, cada movimento pode ser calculado matemáticamente. O mesmo acontece com as acções humanas; poder-se-ia calcular antecipadamente cada acção, caso se fosse omnisciente, e, da mesma maneira, cada progresso do conhecimento, cada erro, cada maldade. O homem, agindo ele próprio, tem a ilusão, é verdade, do livre-arbítrio; se por um instante a roda do mundo parasse e houvesse uma inteligência calculadora omnisciente para aproveitar essa pausa, ela poderia continuar a calcular o futuro de cada ser até aos tempos mais distantes e marcar cada rasto por onde essa roda a partir de então passaria. A ilusão sobre si mesmo do homem actuante, a convicção do seu livre-arbítrio, pertence igualmente a esse mecanismo, que é objecto de cálculo."

Friedrich Nietzsche, in 'Humano, Demasiado Humano'

2 comentários:

  1. Por vezes, é mesmo necessária essa convivência com o nosso eu. Só depois de entrarmos em acordo connosco, estamos preparados para estarmos com os outros. É tudo uma questão de tempo. Depois da tempestade, virá a bonança.

    Fica bem. Bjs

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  2. Nietzsche na sua fase da teoria da humanização do divino transcendental, ou algo assim...
    Sobre a falta de vontade para confratenizar, como lhe chamas, se me é permitido sugiro a leitura deste post. (e espero que o link funcione).
    Bjs
    F

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