terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

a (minha) morte

Sonhei que tinha morrido e que nenhum amigo tinha dado conta do meu desaparecimento.
Hoje durante o dia pensei bastante sobre isso, e cheguei à conclusão que é relativamente fácil que essa situação de facto aconteça na morte real.
Se a minha morte acontecesse hoje, como reagiria a minha família? Pegaria no meu telemóvel (que não tem códigos,nem pin's) e percorreriam a lista de A a Z avisando toda a gente....ou não fariam coisa alguma. E como seriam as reações,ouviriam muitos ....Paula quem, não conheço? O meu telefone tem centenas de contactos, muitos nem sei já quem são.
Devíamos trazer connosco ou ter em casa uma lista de pessoas a contactar em caso de acidente permanente? É verdade que as más notícias correm depressa? Já me tem acontecido saber da morte de outros, por exemplo colegas da faculdade muito tempo depois, mas e qual é o impacto deste atraso? Nenhum! As vivências são muitas vezes distintas, as pessoas cruzam-se em determinadas alturas da vida e separam-se de igual forma.
Resta-me pensar que em vida dei a atenção devida a cada um deles, ainda que não tenha sido a suficiente.
Que diferença me fará a mim depois de ter ido? E que diferença lhes fará a eles saberem mais cedo ou mais tarde, ou não saberem de todo? As vidas continuam de forma independente, seguindo o seu rumo sempre com vista no futuro, nunca no passado.
No outro dia em conversa disse a uma espertinha de 6 anos que queria ser cremada, ela naturalmente sabe o que é a morte, mas não sabe o que é ser cremado e pergunta-me ó tia e depois o que é que eu faço com o teu corpo ? desde logo, realço o facto de ela tomar a si essa missão e gostava de desaparecer, como se nunca tivesse existido, ficaria apenas em lembrança na memória de quem me conheceu, até ao dia que todas essas pessoas desaparecerem também e puff...não serei mais nada!

2 comentários:

  1. Andamos as duas falar muito sobre vivências e sobre a relatividade da amizade...as pessoas vão e vêem, é este o ciclo da vida. Resta acarinhar as amizades quando as temos por perto, e sermos verdadeiros amigos sem sermos colas e chatos.
    Há os amigos e há os Amigos, e esses sabemos quem são. Se um dia desaparecem, ou porque foram para outros locais ou desapareceram fisicamente, fica sempre a memória dos momentos que passámos com eles.

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  2. A morte é sempre algo incompreensível e descabido, mesmo quando é antecipada. Resta-nos fazer o máximo enquanto por aqui andamos e saborear todos os momentos que partilhamos com as pessoas especiais da nossa vida.

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