quinta-feira, 29 de março de 2007

amar

Há momentos em que gostamos mais ou menos de alguém, não me parece que o amor seja linear. É possível que amemos mais ou menos consoante a nossa disposição, as horas de sono, os quilos a mais ou a menos, o tempo e a forma como temos o cabelo arranjado?
Arriscaria a dizer que sim, o amor atinge picos e sofre variações de intensidade. Ás vezes não sei o que é amar, parece-me uma coisa tão simples e ao mesmo tempo tão complicada. Uma coisa porém, parece-me absolutamente clara...só amámos quem nos ama. Só gostámos de quem gosta de nós. Não acredito em amores tipo Romeu/Julieta e Pedro /Inês.Não acho que se deva amar apenas um homem a vida toda - esperem - deve-se amar sim se existir amor de ambas as partes,o meu lado romântico prevê aquela coisa até que a morte nos separe. Chateia-me os fatalismos e as tendências para dramas de quem vê o amor a partir sem nada poder fazer. Porque não há nada a fazer. E porque só devemos gostar de quem gosta de nós! E que seja infinito enquanto dure...

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem amaEu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chamaMas que seja infinito enquanto dure.
Soneto da Fidelidade, Vinicius de Moraes

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