sábado, 5 de abril de 2008

Ontem foi dia de ....


Madame Butterfly. Pois é, ontem - pela 1ª vez - fui à Ópera. Conhecia a história de uma forma muito ligeira e portanto nada preparada para o desfilar de coisas a acontecer em palco. Sem legendas, foi uma coisa apenas sentida que durou apenas 2 actos. Pois, o 3º acto foi passado a conversar cá fora com uma das pessoas do grupo de 10 e que eu conheci ontem. Amiga de um amigo meu - vim a descobrir leitora do meu blog, e por isso me deixou um bocado embaraçada - cativou-me de tal forma pelas semelhanças comigo mesma - que fez com que a minha 1ª vez na Ópera não fosse completada comme if faut. Entrámos no final, na parte em que se bate palmas e se pede bis LOL e a opinião geral de todos que ouvi foi que não tinha sido grande interpretação . Da minha parte acho que tenho de ir a Itália brevemente.


And now for something completly different hoje vou ao Festival de Tunas da FEP.

4 comentários:

  1. Não exageres, não é necessário ir a Itália, nem ao Oriente. E não te inquietes, é tipico de uma "1ª vez", também aqui a regra se aplica, a ópera é um género difícil, o expoente da arte musical. Só requer continuação, depois talvez se te entranhe...

    De novo, nota que é a arte musical mais exigente, para quem intrepreta, para quem a escreveu, e para quem a ouve e vê, ou simplesmente para quem a ouve, sem a ver.

    E há poucas oportunidades para "treinar", para quem quer seguir com regularidade, ou vai nas assinaturas, sempre muito elitismo em redor, ou fica para os casos isolados de récitas como a que viste nesta última Sexta, normalmente em espaços que, pela seu desenho polivalente, nunca são o melhor local para a apreciar.

    A Ópera é de facto o género musical mais dificil, aquele produto acabado que consumimos em duas ou três horas, vem sempre carregado de informação, há que tê-la presente , sempre que conseguimos dedicar-lhe algum tempo prévio, antes do pano se levantar depois da Abertura.

    Começa normalmente num "libreto", a falar de um caso muito fantasiado, quase sempre no formato de conto de fadas em versão adulta, que nada tem a ver com o nosso quotidiano (já não é sempe assim no teatro...!), normalmente quem o escreveu é sempre deixado perto do esquecimento (fixaste quem escreveu o da Madame??!). Depois vem um compositor que, usando a história como pretexto, desenha uma partitura a condizer. Isso exige especialização, pois os graus de liberdade não são os mesmos de quando se escreve um concerto para instrumento e orquestra. Os italianos criaram escola, merecem o nosso reconhecimento por isso. Todavia os génios de Beethoven, Wagner e, obviamente, Mozart, também nos deixaram obras fantásticas. Mozart terminou Don Giovani num tempo curtísimo, ele proprio a dirigiu na estreia em Praga, a 1 de Novembro de 1787, quatro anos antes de morrer.

    E na hora de usufruir, vem quem interpreta. Nao chega só ter a escola do canto apuradíssima, fundamental ser capaz de a associar a uma excelente memória, apenas quando se cantam áreas em sala de concerto se pode ter a partitura na frente, como qualquer outro membro da orquestra, pois no calor (em sentido estrito) da cena é impossivel, não há "ponto", como no teatro.

    Seguir as regras da encenação, movimentando-se no palco de acordo com o plano, e sempre de olho nas entradas, de olho no maestro, e não esquecendo o que se acorodu nos ensaios, também não é coisa fácil...! Ah, e tem de se ser actor também... O que muitas vezes obriga o barítono a cantar deitado, antes do extertor, ou o tenor a soltar o dó de peito no meio de um "escanhoadao perfeito", como quando se dá corpo e voz ao famoso barbeiro da Andaluzia.

    Já imaginaste como isso poderá ser bem complicado para "divas" como a Cabalé, quase todas com "uns quilitos a mais" ?? Tirrvel dilema porque, no canto, o corpo á a nossa caixa de ressonância.

    Para se curtir Ópera, vale a pena investir um pouco em prévio trabalho de casa , eu creio que não chega ter o libreto na frente na altura da récita. Como foi a tua primeira experiência, terás tempo de tentar essa via numa proxima oportunidade. E quando tenta ouvir uma em São Carlos, excelente desculpa para vires a Lisboa, alternativa mais económica ao Scalla, que é coisa que continua nos meus planos, por isso sorri quando referiste essa ideia da ida a Itália. Mas anota esta sugestão, porque nao combinamos uma deslocação lá, com todo esse grupo de 10 com quem estavas na sexta? Prometo dar ser pro-activo na planificação da viagem.

    Ouvir Ópera em CD??? Huummm... Nao sei, não sei! Experimenta comprar agora a Madame, depois de a teres tido ao vivo, e depois diz-me se sentes igual. Numa proxima oportunidade, na tua segunda vez, ouve o CD primeiro, várias vezes, investe nesse trabalho de casa, incluindo o libretto e a historia da própria Ópera. Anota o tempo que o compositor levou a finalizá-la. E lembra-te da época em que o fez. Quando e cena se iluminar e as primeiras vozes te chegarem depois desde o palco, dir-me-ás se a sensação não não irá ser bem diferente.

    Todavia, e ainda dessa vez, talvez saias de novo no terceiro acto, se os teus dotes para escrita continuarem na desenvoltura que todos conhecemos, e nada leva o supôr o contrario, pois uma vez mais serás irresistivel junto de quem estiver a acompanhar-te e te tiver conhecido nessa noite.

    Como eu entendo lindamente essa tua nova amiga, que teve o privilégio de poucos, o de te poder ter-te pelo tempo de um quase terceiro acto pucciniano.

    Ler "posts" como o de 23 de Março, deixa-nos muito empolgados, estão para vir actos que lhe resistam.

    Só lhe faltarão as partituras, pois já haverá quem os cante...

    Juro pelas alminhas!

    João Ricardo

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  2. Gosto imenso desta história, que só vi em filme... com muita pena minha!

    :)

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  3. Coincidência (ou não) "a minha 1ª vez" de ir à ópera, foi precisamente para ver "Madama Butterfly". Conhecia a história, conhecia bem um ou outro trecho (por exemplo...do filme Atracção Fatal, salvo erro), e já me tinham oferecido o CD com a obra completa. Gostei imenso.
    No entanto, a Ópera, como outros tipos de música, é quase como a Matemática ou ir a um restaurante de comida Asiática. Tens que ser muito bem preparado, aconselhado e já agora...bem acompanhado.
    É tudo uma questão de gosto.

    :):)

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  4. A minha primeira vez foi a "Aida"; fez-me 1 pouco de confusão não perceber o que eles dizem, mas sabendo de antemão um pouco da história e deixando-nos levar pela música, torna tudo mais fácil. Em vez de teres perdido a 3ª parte, podias ter levado a conversa até aos Maus Hábitos ou até ao bar do Passos Manuel. Mas se calhar é bom agarrar-mos logo o momento...

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